Determinar que está na hora de interromper as tentativas de uma gravidez pela técnica de reprodução assistida, é uma decisão extremamente difícil. Seria como abandonar um sonho e desistir de seus objetivos, para quase todas as mulheres.
Até quando devemos tentar mais uma vez passar pelo sacrifício do tratamento que certamente pra mulher, é desgastante fisicamente e psicologicamente ?
Muitos casais procuram atendimento médico em idade avançada e onde sabidamente as chances de sucesso podem ser muito baixas ou praticamente nulas. Lidar com esse tipo de informação não é fácil pra ninguém.
A Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva, percebendo esse grande dilema dentro dos consultórios, publicou através de seu comité de ética algumas recomendações aos médicos que inevitavelmente enfrentam essa realidade e concluíram que :
- Para os tratamentos com taxas de sucesso muito baixas, deve ser discutido riscos, benefícios e alternativas terapêuticas ao casal.
- A maioria dos casais reconhecem quando eles chegaram a um ponto em que a continuação do tratamento não vai resultar em uma gravidez bem-sucedida.
- É papel do médico agir com ética e esclarecer de forma clara as reais chances de sucesso no tratamento, se preocupando com saúde física e mental dos seus pacientes
A jornalista Tété Ribeiro autora do livro “Minhas Duas Meninas” conta um pouco como foi sua trajetória durante um árduo tratamento para infertilidade sem sucesso, até tomar a decisão de ter filhos por meio de uma “barriga de aluguel”. (Assunto que ainda será discutido aqui no blog)
“Sete anos em que eu levava uma vida de grávida, com todas as proibições e cuidados, ou me curava de um luto por ter perdido mais uma chance. Passei por muitos exames de sangue com a mesma resposta: negativo”
Teté Ribeiro, jornalista, trecho do livro “Minhas Duas Meninas”
Obrigado.
Dr. Igor Faria Dutra